Paralisação da reforma agrária por Temer compromete produção de alimentos, diz Valmir

As notícias de que a reforma agrária está paralisada e que nenhuma família foi assentada em 2017 não surpreende o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), segundo o deputado federal Valmir Assunção (PT-BA), isto explica que este é o período considerado o pior em 30 anos de militância e que o caso influencia diretamente na produção e nos preços dos alimentos no Brasil.

O parlamentar e membro do MST da Bahia disse que depois do impeachment da presidente Dilma Rousseff, a situação para os agricultores piorou. Assunção acredita que o processo de reforma agrária não interessa o atual governo. "É preciso dizer que o real motivo da paralisação é que o governo golpista de Michel Temer [MDB] não tem interesse em melhorar a vida do pobre do campo. Ao se aliar ao latifúndio para manter um poder ilegítimo, o governo impede que a concentração de terras no Brasil, uma das maiores do mundo, passe por qualquer tipo de democratização", salienta Valmir.

O deputado federal aponta que mesmo nos governos petistas, os movimentos de luta pela terra nunca se calaram sobre a secundarização das políticas de reforma agrária. "Denunciamos a queda do número de assentamentos criados, em contraste com a grande quantidade de famílias acampadas. No entanto, após o golpe de 2016, as políticas de reforma agrária inexistem ao ponto de nenhuma família ser assentada em 2017".

Assunção explica que a paralisação da reforma agrária significa um forte ataque à produção de alimentos, que estão cada vez mais caros nos mercados, justamente por falta de políticas que subsidiem a agricultura familiar, responsável por 70% da produção de alimentos no país. "Ao contrário, os golpistas, incluindo a bancada ruralista, trabalham diuturnamente para aumentarem a área de produção de commodities, que não alimenta o povo brasileiro, mas que enche os bolsos ruralistas de dinheiro", pontua.

Ascom Dep. Valmir Assunção