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Artigo: Homens gritam porque não conseguem argumentar – e as mulheres com isso?

Tenho uma netinha de um ano e meio. Outro dia, ouvi um diálogo muito interessante entre Maria Antônia, minha neta, e a mãe (minha filha). Com toda a calma típica de mãe, minha filha dizia que “aqui em casa a gente não tem o hábito de gritar, sabia?”.

Quando ouvi o diálogo comecei a pensar sobre a frase. Porque a forma, “aqui em casa a gente não tem o hábito de gritar”, era como se ela estivesse falando com uma pessoa recém-chegada que não conhece ainda as regras do ambiente. Depois pensei, a mãe da Maria Antônia tem razão, ela está chegando agora e aprendendo as boas regras de convivência do lar que a acolheu. Do lar que a acolheu? Mas ela é filha, foi ansiosamente aguardada. Por que essa agora de falar como alguém de fora?..

Artigo: O Brasil em chamas e o atraso na defesa real do meio ambiente

Novembro de 2023 escancarou o adverso futuro que nos reserva frente aos efeitos das mudanças climáticas.

O calor extremo que alcançou diversas regiões brasileiras — sem contar os inúmeros focos de queimadas que incendiaram o Pantanal e a Amazônia — explicitou o significativo atraso do País (e do mundo) na promoção de uma verdadeira política de defesa do meio ambiente...

Artigo: Cotas nas universidades públicas do Brasil: educação que transforma histórias e melhora o País

Recentemente, a Lei 14.723/2023 foi sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Muitas discussões pertinentes ocorreram nos movimentos sociais e em diferentes segmentos da área da educação brasileira acerca das mudanças que irão, certamente, aprimorar os mecanismos de acesso e permanência às pessoas negras (pretas e pardas), indígenas, quilombolas e pessoas com deficiência, seguindo como norte a distribuição das vagas com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) às universidades do nosso país.

Dentre as mudanças também aprovadas está a inclusão de cotas para a pós-graduação e prevê prioridade para recebimento de assistência estudantil para estudantes cotistas. Dados do último Censo de 2022 do IBGE apontam que 56% da população brasileira é negra (pardos = 45,3% e pretos = 10,6%), e esta é a mesma comunidade para o IBGE com maior porcentagem de pessoas em extrema pobreza, baixa renda e baixo acesso à educação...

Para o meio ambiente e para os humanos, a ameaça às abelhas implica impactos na biodiversidade

Danças, vibrações e pistas químicas – como os feromônios, hormônios secretados por mamíferos e insetos – são alguns exemplos de comunicação entre abelhas sociais, para a manutenção da própria vida. Porém, muitas das ações humanas no ambiente, tais como o desmatamento, uso indiscriminado de pesticidas, e fenômenos como o aquecimento global prejudicam essa troca de informações, o que pode impactar a sobrevivência desses insetos.

Abelhas sociais são aquelas que se organizam em colônias, com uma rainha e centenas de operárias, por isso possuem sofisticadas estratégias de comunicação, importantes para a sobrevivência dessa população. Elas transmitem informações sobre as fontes de alimento, como a disponibilidade, a localização exata e o cheiro. ..

Artigo: Tempos desumanos

A imagem de corpos de crianças e adultos, expondo os terríveis efeitos da desnutrição, tem sido frequente em anúncios de organizações que acolhem doações para as populações famintas da África. Nos últimos dias, o flagrante estampa a devastação na comunidade dos povos yanomamis, que vivem entre os Estados do Amazonas e de Roraima, onde a crise sanitária já resultou na morte de cerca de 570 meninos e meninas.

Estaria ocorrendo um genocídio? Pinço conceitos: genocídio é um termo criado pelo advogado polonês Raphael Lemkin, em 1944, e corroborado, em 1948, pela Organização das Nações Unidas, para designar “atos cometidos com a intenção de destruir, total ou parcialmente, um grupo nacional, étnico, racial ou religioso”. O termo foi usado pelo Tribunal Militar Internacional de Nuremberg, em 1945, para julgar os crimes nazistas na Segunda Guerra Mundial contra o povo judeu...

Artigo: Sobre o risco de reintrodução da poliomielite no Brasil

Quem nasceu até a década de 1980, como eu, certamente conheceu pessoas com poliomielite. Também conhecemos relatos de bebês, sobretudo das famílias mais pobres da zona rural, a morrerem de tétano neonatal, e de crianças mortas por sarampo, tudo isso presenciamos.

Lembro das festas nas campanhas de vacinação, todos ao posto, Zé Gotinha era um ícone, ele ia até no Show da Xuxa para promover as imunizações. “Tá na hora, tá na hora, na hora de vacinar!” E nós fomos vacinados, enquanto caminhávamos para a erradicação da poliomielite no País, com o último caso registrado em 1989...

João do Rio: o fascínio pelas ruas e dicas de como se fazer reportagem

Há exatos cem anos, no dia 23 de junho de 1921, o jornalista carioca Paulo Barreto resolveu sair mais cedo da redação de seu jornal A Pátria, que ele havia fundado há menos de um ano.

Ele, que saía normalmente depois das 3 horas da manhã daquele matutino inovador no cenário do Rio de Janeiro, que inoculava ares de modernidade na vetusta cena jornalística local, pegou o paletó e o chapéu às 10 horas da noite e tomou um táxi. O destino era seu palacete na Avenida Vieira Souto, em Ipanema...

Artigo - Que país é esse? Sem o Censo este ano, ficará ainda mais difícil se entender o Brasil

É um trocadilho inescapável – talvez pouco inspirado, é verdade –, mas necessário: sem o Censo 2021, o Brasil perderá o bom senso. Sem sabermos exatamente quem e quantos somos, o que fazemos, pensamos e desejamos, a imagem do País tende a ficar desfocada. O Censo é o Brasil diante do espelho, e não se pode correr o risco de essa imagem sair deturpada.

O poeta é a antena da raça, ensinou no século passado o americano Ezra Pound. Esqueça-se a postura ideológica do autor de Os Cantos e vamos nos ater à frase. A pertinência e a atualidade são enormes, ainda mais na situação atual. Como? Explica-se. Em 1980, ainda em meio à ditadura militar, o poeta mineiro Affonso Romano de Sant’Anna escreveu no poema Que País é Esse?:..

Artigo - Cada um em sua casa. É o que resta, depois que o carnaval foi cancelado por causa do coronavírus

“Este ano não vai ser igual àquele que passou”, cantavam foliões animados nos salões Brasil afora desde os anos 1960, quando a marchinha Até Quarta-Feira, de H. Silva e Paulo Sette, foi lançada. Mas parem tudo, parem a música.

Nestes tempos de pandemia, a famosa marchinha guarda algumas verdades e, pela ótica atual ditada pelo coronavírus, uma incorreção. Vale a pena dar uma olhada. A primeira afirmação correta é justamente dos versos que abrem este texto: definitivamente, este ano não vai ser igual àquele que passou...