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Artigo: A solicitude é humana

A solicitude talvez seja uma das mais agradáveis atitudes da relação humana; comportamento percebido nos que ainda exaltam o bem como parte indispensável entre as relações e o respeito como a principal essência da vida coletiva.

Tratar o outro como gostaria de ser tratado pode até ser considerado um ato de sensatez, mas quando esse tratamento diverge da resposta esperada por alguma das partes o recíproco dará lugar ao inesperado, o que pode provocar resultados desastrosos...

Artigo: Por uma cultura da tolerância: a tolerância como virtude

Hoje – com a pandemia ainda crescente provocada pelas múltiplas mutações do vírus da covid-19, a falta de vacinas e a descentralização de ações governamentais salvacionistas em prol da preservação da vida – a promoção de uma cultura de tolerância torna-se emergencial. Se por um lado as pessoas não dialogam e não buscam por justiça social, por outro os negacionistas da ciência valem-se das redes sociais para instigar o linchamento virtual daqueles cidadãos que clamam pelo direito à vida.

Neste Brasil multirracial – que há séculos convive com o racismo (histórico e estrutural) e a discriminação contra negros, judeus, indígenas, ciganos e dissidentes políticos – fica difícil falarmos em uma política de intolerância zero, pois este “outro e velho” vírus tem raízes seculares. Por questões de gênero, etnia, religião ou classe social, milhares de cidadãos e cidadãs brasileiros, de qualquer faixa etária, são impedidos de viver com um mínimo de dignidade. Milhares sequer dispõem de água potável para beber e internet para conseguir estudar, enquanto outros clamam por oxigênio para respirar artificialmente, item imprescindível para sobreviver nas UTIs – Unidades de Tratamento Intensivo...

Artigo: Da moléstia e da morte

Era quase um menino. O cabelo parecendo ser de porco espinho. O rosto redondo de uma palidez que se confundia com um verde sem brilho e um amarelo desbotado. Não devia ter dezoito anos. Ali estava como um condenado à morte, se consciência tivesse da realidade vivida. Sofria de insuficiência real. Três vezes por semana no hospital, onde o conheci. Eu, acompanhando a via crucis de papai, na mesma penitência de se fazer presente.

Às vezes, o menino abria a boca para um comentário. As enfermeiras não o deixavam tomar água. Ele, no final de semana, em casa, se esbaldava de água de coco. Até que se sentia mal e era trazido para Aracaju. No hospital já um leito a sua espera. Era sua resposta, ele que apenas queria ter o prazer de fazer algo diferente do resguardo que a moléstia impunha. Eu ouvia o desabafo.    ..

Artigo: Dia do Nordestino

Dia 8 é comemorado do dia do Nordestino. Mas o que é ser nordestino? Talvez a gente nunca se faça essa pergunta. Apenas somos. Nascemos na região denominada de Nordeste e por isso nos autointitulamos ou nos chamam de nordestinos. Mas, quais seriam as características comuns desse povo? Os símbolos? Os hábitos, os aspectos culturais etc... Talvez a minha condição de professor, pesquisador e sociólogo tenha me feito, algumas vezes, parado para refletir ou tentado entender o significado de ser nordestino.

Para o historiador Durval Muniz de Albuquerque Jr, autor de um importante trabalho de pesquisa sobre essa região, a ideia de Nordeste não passa de uma invenção. Uma criação humana. O livro dele, resultado de uma tese de doutorado, se chama, inclusive: A invenção do Nordeste e outras artes. E diz que a criação dessa região atendeu aos interesses das oligarquias políticas e das classes economicamente bem sucedidas que dominavam essas terras no final do século XIX e início do século XX. Esses grupos contaram com o apoio de artistas e intelectuais como escritores, poetas, romancistas, cantores e todas as suas manifestações artísticas como a música, a literatura, a artes plásticas, o cinema etc. ..

Artigo: Saí sem o celular

Os sábados estão se tornando dias enfadonhos. Um misto da ausência objetiva do que fazer (não ter expediente no trabalho), acrescido de outras preocupações comezinhas (consertar o carro, comprar a carne), atrelados a outras tantas permanentes (dívidas, futuro, incertezas, pecados, faltas morais).

Por outro lado, para uma pequena minoria, esses problemas não fazem sentido, pois simplesmente não lhes afetam, ou lhes dizem respeito, não importa o expediente (pois garantido na estabilidade de um bom salário, ou no próprio negócio que lhe faz dono de si e de lucros, sem agruras), muito menos as coisas comezinhas (pois tem quem as supra) e, claro, pelas outras coisas permanentes (pois, ou não existem e, quando existem, é possível vários sábados para aplacá-las), sim, vários sábados!..

Artigo: Meu nome é Saul e tenho uma história para contar

Colocaram um banco voltado para o coreto logo ali no lado mais próximo da Santa Casa. Por favor, camarada, sente aqui comigo. Tenho uma história para contar. 

Meu nome é Saul e das inúmeras coisas que fiz, de jogador do Veneza a Presidente da Liga Desportiva Juazeirense, de operário da Navegação a Presidente do Partido da União Trabalhista, poucas amei como a Sociedade dos Artistas Juazeirenses. ..

Artigo: “Nada não está tão ruim...”

“...que não possa piorar”. Embora seja um ditado popular, com sentido e conotação específica, a sua escolha como tema, nesta oportunidade, decorre do fato de que o Brasil passa por um momento trágico da sua história, e não poderia ser mais inadequada e infeliz a sua citação em discurso pelo Presidente da República, nesta semana. Isso porque num período de dor e sofrimento pela perda de milhares de brasileiros para o COVID-19, com uma forte carga emocional causada pela falta de emprego e alimento, e uma saúde cheia de carências, seria de se esperar do Chefe do Estado brasileiro, palavras de fé, confiança e otimismo para a superação das dificuldades, nunca afirmar, com ar de indiferença, que ainda pode piorar muito mais!

Embora, aquilo que foi dito, apenas corrobora frases já enunciadas pelo Presidente em outras ocasiões graves da Pandemia, que merecem ser relembradas: a) “Vamos encarar a realidade. Todos nós vamos morrer um dia”; b) “Estão superdimensionando o poder desse vírus”; c) “Não sou coveiro”; d) Sobre a vacina, em 17/12/20: “Se você virar um chi... virar um jacaré, é problema de você, pô. Não vou falar outro bicho, porque vão pensar que eu vou falar besteira aqui, né?”; entre outras expressões minimizadoras e divergentes diante de uma realidade atroz para o País...

Artigo: Impacto da pandemia na saúde mental e doenças do coração

Após um ano e meio de pandemia no Brasil, é chegada a hora de avaliar o impacto desse período de tantas dores e incertezas na saúde dos brasileiros. O risco de contaminação pela Covid-19 mudou inesperadamente a nossa vida. 

O distanciamento social e a consequente limitação do convívio e da liberdade de ir e vir, indicado por governos e instituições de saúde no mundo inteiro, necessário para evitarmos um problema maior, que seria uma crise na saúde, sem assistência adequada, suscitou outra preocupação: as consequências dessa realidade para a saúde mental.  ..

Artigo: Popularidade ou Vexame?

Ainda que na produção de cada texto semanal, a tendência natural é focar no cenário político nacional vigente, pela variedade e abundância de temas, de vez em quando opto por oferecer ao leitor uma opção alternativa para a sua leitura, ou até mesmo para que não se consolide a convicção de que existe um ranço político ou ideológico contra esse ou aquele que está dentro ou fora do Poder, o que absolutamente não existe.

Assim, voltando ao mundo real, é impossível não ter uma visão crítica sobre o triste desenrolar dos acontecimentos durante a visita da comitiva presidencial a Nova York, para participar da Abertura da 76ª. Assembleia Geral da ONU, na última semana. O fato relevante é que o primeiro discurso oficial é reservado ao Presidente do Brasil. Não obstante, a sua fala antes de encher de orgulho a cada cidadão brasileiro, causou tristeza pelos fatores que repercutiram negativamente, tanto no âmbito interno do País como na avaliação dos analistas de toda a imprensa internacional...

Artigo: Tem mal que vem para o mal

O mundo passa constantemente por períodos nebulosos. Os registros de conflitos são desde os primórdios, fazendo parte inclusive do primeiro livro da bíblia, com o relato da morte de Abel - um dos filhos de Adão e Eva -, praticada pelo seu próprio irmão, Caim, depois de 'uma crise de ciúmes'.

As disputas, principalmente pelo poder, fazem parte da nossa cultura, nós tidos como animais racionais, e até mesmo dos irracionais, com o agravante de nos considerarmos  possuidores da capacidade de discernimento para distinguir o certo do errado...

Artigo: Petrolina, um festival e um show

O que há de comum entre um festival e um show? Pouca coisa desde que não tenham acontecido num lugar por nome Petrolina. A terra onde o impossível amanhece provável e anoitece pleno, realizável.

E antes que adormeça o sol deste aniversário de 126 anos, vamos apurar algumas sobras de lembranças e retornar a 1980, há 41 anos, quando tivemos dois momentos emblemáticos da cultura sanfranciscana: o '1º Festival Lítero Musical da Faculdade de Formação de Professores de Petrolina – FFPP' e o show 'Cabelo duro é preciso que é pra ser você crioulo'...

Artigo: Por que celebrar o centenário de Paulo Freire?

Desde o ano passado, celebrações em torno dos cem anos de Paulo Freire estão sendo realizadas em diferentes partes do mundo. Alguns poderiam perguntar: por que celebrar o centenário de Paulo Freire?A pergunta procede, pois ele não gostava de homenagens. Costumava dizer, quando recebia homenagens, e foram muitas, que as recebia porque tinha certeza de que elas só aconteciam em função das causas que defendia.

Ele deixou marcas profundas em muitas pessoas e profissionais de diferentes áreas. Não apenas pelas suas ideias, mas, sobretudo, pelo seu compromisso ético-político. Entretanto, não deixou discípulos como seguidores de ideias. Deixou mais do que isso. Deixou um espírito. “Para me seguir não devem me seguir”, dizia ele...

Artigo: Somos o que queremos ser

As escolhas geralmente são os principais instrumentos norteadores da vida. Quando se escolhe seguir o caminho da razão, não obedecendo os obstáculos negativos, a chance para acontecer o inesperado é praticamente nula.

O arrependimento não existe quando se aposta no certo. A consciência é um estado de espírito de dois gumes, quem determina o seu peso é o comportamento e a forma de como os relacionamentos humanos acontecem e querer só é poder quando o objetivo que se tenta alcançar não seja egoísta...

Artigo: A democracia digital e a apropriação da data da Independência

Ao criticar a decisão do Supremo Tribunal Federal de impedir que recursos públicos sejam usados para financiar sites bolsonaristas, alegando que com essa medida a corte desrespeitou a liberdade de expressão assegurada pela Constituição, e ao apoiar a apropriação com fins políticos do feriado da Independência pelo presidente Jair Bolsonaro, o patético manifesto de alguns empresários mineiros recolocou na ordem do dia o impacto, na democracia, da disseminação de mentiras e informações falsas.

Quando essa discussão começou, há alguns anos, a ideia era que as redes sociais conduziriam a uma democracia digital, ampliando a participação cidadã no espaço público da palavra e da ação. Hoje, contudo, o que se vê é preocupante, uma vez que as técnicas de comunicação on-line simplificaram os debates, levaram à substituição da reflexão por reações emotivas e permitiram a desqualificação recíproca de adversários na vida política brasileira...

Artigo: Um procurador, um major e o Escândalo da Mandioca

O Escândalo da Mandioca foi um grande crime financeiro ocorrido entre 1979 e 1981 na agência do Banco do Brasil de Floresta, Pernambuco, resultando no desvio de 1,5 bilhão de cruzeiros, a moeda da época, do Proagro - programa de incentivo agrícola criado pelo governo federal em 1973.

O golpe consistiu na obtenção de documentos falsos para conseguir créditos agrícolas para o plantio de feijão, cebola, melão, melancia e, principalmente, mandioca, utilizando cadastros frios, propriedades fictícias e agricultores fantasmas...

Artigo: Sensos ridículos

O senso de ridículo, acompanhado dos seus parceiros, conhecidos pela alcunha de 'Seu Insignificante', 'Ignorante Mor' e 'Dona Anta', está assombrosamente ocupando espaços que antes eram dominados pelas senhoras 'sensatez', 'empatia' e 'harmonia', tornando assim habitual a tal da futilidade e da banalidade.

Valores estão propositadamente tendo seus reais significados deturpados, enquanto as inversões seguem a todo vapor e sem pudores, exalando nos quatro cantos tupiniquins os odores do ódio, do rancor e da violência exacerbados...

Artigo: Estilo de vida e as doenças cardiovasculares

A Organização Mundial da Saúde (OMS)  estima que 80% das mortes por doenças cardiovasculares no mundo seriam evitadas apenas com mudanças no estilo de vida.

A obesidade e o excesso de peso causam mudanças importantes na estrutura e no tamanho do coração, além de comprometer seu funcionamento. A lógica é a seguinte: quanto maior é o sobrepeso, maior é o esforço do coração para conseguir bombear o sangue...

Artigo: Cabe à escola formar atletas?

A cada edição dos jogos olímpicos somos acometidos de sentimentos ambíguos. Em que pese o fato de festejarmos o desempenho de atletas das mais variadas modalidades, as demais circunstâncias não deixam dúvidas que o pódio, na maior parte dos casos, depende da abnegação pessoal ou familiar. As poucas vitórias e as raras medalhas são comumente acompanhadas de narrativas de sofrimento e dedicação que amplificam a façanha de quem triunfou.

Para justificar o lugar ocupado na classificação geral, surgem os culpados de sempre: falta de incentivo ao esporte, péssimas condições de treinamento, desvios dos parcos recursos e inexistência de um programa estatal de longo prazo...

Artigo: Luiz Gonzaga, o astro e o sertanejo

Gigante da cultura nordestina com reconhecimento nacional, Luiz Gonzaga nos lança o desafio de conhecermos, além da grandeza do seu trabalho musical -  com 600 e tantas músicas gravadas versando sobre inúmeros temas – o perfil do artista e do sertanejo. 

 Quando assisto imagens de shows e entrevistas dele, desde sempre me lanço na proposta de conhecer mais o sertanejo e o artista.   É muito interessante...

Artigo: Skate não é, apenas, esporte!

No Brasil, o espaço público – sobretudo a rua – é culturalmente considerado como um lugar destinado apenas ao fluxo. “Gente de bem” não costuma se apropriar de maneira, digamos, mais duradoura da rua. No máximo, “passa-se” pela rua, mas “não se fica” na rua. Conforme essa mentalidade – cuja origem poderíamos, talvez, atribuir ao nosso passado escravista; hipótese que não cabe, aqui, discutir –, quem permanece na rua são os comerciantes de baixo estrato, prostitutas, batedores de carteira, golpistas e “moleques”. Mas, deixemos esse assunto para outra oportunidade e passemos a falar de um tema mais “leve” e atual: o skate nos Jogos Olímpicos de Tóquio.

Até o presente momento, a modalidade que mais conquistou medalhas para o Brasil no referido evento esportivo foi o Street Skate! Quem acompanhou as competições, ou apenas deu uma olhada nas imagens veiculadas pelos meios de comunicação, percebeu que as disputas do Street Skate são realizadas em uma pista composta por obstáculos que simulam elementos triviais da arquitetura de centros urbanos – como, por exemplo, corrimãos, escadarias, meios-fios, bancos de praça etc...